quarta-feira, 21 de março de 2012

DPT de Feira está um caos

DPT de Feira está um caos

Vem gerando expectativa e intranquilidade para alguns setores do governo a visita de membros do Ministério Público (MP) ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana, que tem como coordenador o perito Renato Lacerda, ocorrida na semana passada.

Segundo informações de um funcionário do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana, o Ministério Público identificou uma série de irregularidades dentro do órgão. “Promotores realizaram uma série de questionamentos sobre os procedimentos adotados pelo órgão”, contou o funcionário.

Ainda de acordo com o funcionário, que não quis ser identificado, as informações colhidas pelo MP dão conta de que não eram utilizados os equipamentos de segurança – EPIs. “Foi percebida carga excessiva aos funcionários da área de necropsia, falta de equipamentos e iluminação precária à noite para o exercício de perícia. O desvio de função dos serviços gerais para auxiliar de necropsia foi questionado pelas autoridades, fato que é inadmissível perante a Justiça do Trabalho”.

CENA DE CRIMES

Fatos como interferência de auxiliares de necropsia na cena de crime, ao invés dos peritos criminais, não ficaram fora da pauta dos questionamentos. Apesar de o DPT dispor de dois rabecões, falta um motorista. Diante disso, funerárias transportavam os corpos até o necrotério. Vale salientar que, na maioria das vezes, o fato ocorria por causa da espera de um único rabecão, que era deslocado para atender uma ocorrência em outro município de abrangência do DPT de Feira, já que o Departamento é responsável pelo atendimento em mais de 40 municípios.

FALTA DE EQUIPAMENTO

A falta de um aparelho de Raios-X para verificar a existência de projeteis em corpos já é bastante conhecida pela imprensa e população, como também o acúmulo de corpos em uma geladeira que só cabem seis. Em razão disso, o excedente é encaminhado para o IML de Salvador, o que provoca transtorno para as famílias que procuram o DPT de Feira para fazer o reconhecimento e providenciar o sepultamento. Também é cobrada a colocação de um aparelho exaustor, para atenuar os odores junto às pessoas que chegam para verificação de corpos.

Diante de vários questionamentos, a reportagem procurou a coordenação do órgão, mas não foi atendida, por várias vezes. A última aconteceu ontem (19), quando recebemos um recado de funcionários de que era para nós (repórteres) ler um aviso que o coordenador do DPT, Renato Lacerda, colocou em uma vidraça da sala da recepção do órgão (Assessoria de Comunicação do DPT de Salvador 71-3116-8792).

DESCASO

No último dia 14, o jovem Cledson de Jesus Santos, 20, que residia na rua Miranópoles, no bairro Campo Limpo, foi assassinado no início da tarde, por volta de 13h. Mas o levantamento cadavérico do corpo do jovem só aconteceu no final da tarde, por volta de 16h30. Familiares de vítima já sofrem com a perda do ente querido e ainda têm que enfrentar o descaso do DPT; Os policiais militares que sempre fazem o isolamento da área do crime e tem que permanecer no local até a chegada dos peritos também sofrem com a demora e deixam de estarem policiando as comunidades, já que só podem sair quando a perícia chega.

Desleixo

Ainda de acordo com o funcionário e outras testemunhas, o rabecão que estava quebrado passou dias em uma oficina, por causa de uma peça que estava quebrada, que custa aproximadamente R$ 100,00. “Como é que um coordenador de um órgão do governo do Estado não tem como conseguir R$ 100,00 para pagar o conserto do veículo? Ele estava esperando o governador mandar os 100 reais? Por isso, na semana passada, os corpos ficaram horas e horas esperando para serem levantados e encaminhados para o DPT”, conta um funcionário.

TEXTO NA INTEGRA DO JORNAL FOLHA DO ESTADO

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